01/10/1985

Gigante! (2004)

INSTINTO SELVAGEM
Pit Passarell / Yves Passarell

Quando os dias são só datas nos jornais
E horas e minutos são iguais
E seus amigos não te dizem nada
Quando tudo vira um enorme tanto faz

É preciso coragem
Pra recuperar seu instinto selvagem
E não importa quantos vão se machucar
Não importa quantos vão te escutar

Pode esperar que vai chegar a sua vez
Nada no mundo vale o que você me fez
Eu não preciso gritar só pra você me ver
Eu não quero mudar só pra te merecer

É preciso coragem
Pra recuperar seu instinto selvagem
E não importa quantos vão se machucar
Não importa quantos vão te escutar

RESPIRAR VOCÊ
Dinho Ouro-Preto / Alvin L / Yves Passarell

Lento como tempo que não quer passar
Dorme pelos cantos e me faz pensar
Certo como um corte que não quer doer
Olho pro espelho sem me conhecer

Vou fingir que nunca te vi
Vou viver sem ter aonde ir
Até cansar de respirar você

Alguma coisa errada
Quando um par são três
Uma vida inteira na primeira vez
Palavra por palavra o que não quer dizer
Arde tanto a ponto de enlouquecer

Vou fingir que nunca te vi
Vou viver sem ter aonde ir
Até cansar de respirar você

SEM CANSAR
(C`Est Comme Ça ) -Catherine Ringer / Frederic Chichin - Vs. Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Sem Cansar la la la la
Qual é a parte do corpo que você mais gosta ? ( Uh,uh, sinta um tremor )
Qual o veneno que despe e te dá calor ?
Por amor, por tédio ou por prazer ( Uh, uh, eu quero saber )
Eu posso ir e vir, mas não vou embora
Eu vou voltar..la la la la

Um susurro vira um incendio ( Uh, uh, não vou parar )
Um paraíso onde se quimar
Sem pensar, nem pausa, nem descanso ( Uh, uh, chegou a hora )
Eu posso ir e vir, mas não vou embora
Eu vou voltar... la la la
Sem cansar.. la la la la

Outra vez vou derreter com você
Repetir sem explicar por quê
Se você já me rendeu, gosta tanto quanto eu
O comando agora é todo seu
Hey, hey, hey...

Eu quero ser seu vício favorito
E só mover seu mundo com os meus dedos
Sem cansar... la la la la

SEUS OLHOS
Pit Passarell

Você já me viu sério
Já me viu de porre
Me fazendo drama por sua desordem
Mas triste, isso eu nunca quis que você visse

Os meus olhos sentem a falta dos seus
O meu corpo sente a falta do seu
A minha alma sente a sua falta

Quis que o nosso mundo fosse um conto de fadas
Amando o tempo todo em cada canto da casa
Mas isso, hoje eu aprendi que não existe

Os meus olhos sentem a falta dos seus
O meu corpo sente a falta do seu
A minha alma sente a sua falta

Mas nada vai fazer com que eu desista
Nada é pra sempre
Eu sei que sou capaz
A vida não é só isso
Ela é muito mais
Só tenho que dormir de novo
Pra sonhar de novo

Os meus olhos sentem a falta dos seus
O meu corpo sente a falta do seu
A minha alma sente a sua falta

NÃO OLHE PRA TRÁS
Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Nem tanto é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Por ser fácil se você ver o mundo de outro jeito
Se o que é errado ficou certo
As coisas são como elas são
Sua inteligencia ficou cega de tanta informaçao

Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada e não olhe
Não olhe pra trás

Você quer encontrar a soluçao
Sem ter nenhum problema
Insistir e se preocupar demais
Cada escolha é um dilema

Como sempre estou mais do seu lado que você
Siga em frente em linha reta
E não procure o que perder

Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada e não olhe
Não olhe pra trás

SEXO & DROGAS
Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Ela é um caso perdido
Ele não tem mais o que fazer
Ela cheirou um problema
Ele fumou um outro clichê
E quando o assunto acabar
Vão ligar pra você, pedindo mais, mais e mais....

Sexo, drogas e seu dinheiro
Ela fala com as mãos, ele come com os pés
Sexo, drogas e seu dinheiro
Candidato a presidente em 2010

Ela bebeu o boteco inteiro
Ele bateu e capotou
Ela pediu um trago ao poste
Ele beijou de língua o motor
Quando a polícia chegar
Vão começar a correr, gritando mais, mais e mais...

Sexo, drogas e seu dinheiro
Ela fala com as mãos, ele come com os pés
Sexo, drogas e seu dinheiro
Candidato a presidente em 2010

Ela esqueceu o próprio nome
Ele não soube o que responder
Ela parece o Che Guevara
Ele mordeu até quebrar a TV
E quando o dia raiar
Vão se ajoelhar, implorando mais, mais e mais...

Sexo, drogas e seu dinheiro
Ela fala com as mãos, ele come com os pés
Sexo, drogas e seu dinheiro
Candidato a presidente em 2010

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
Dinho Ouro-Preto / Alvin L / Yves Passarell

O que o futuro reserva pra mim ?
Uma vida de tédio ou diversão sem fim ?
Ser o primeiro a nunca envelhecer
Não precisar de ninguém, não ter nada a perder
Se você hesitar, a vida vai passar...

Solitários rejeitados e esquecidos
A vida é inventada e descoberta
Eu não tenho as respostas
E também não sei se essas são
As perguntas certas

Aonde o destino vai me levar ?
A uma rua escura ou de frente pro mar ?
Eu vou mandar ou ser mandado ?
Ser livre e despreocupado
Se você hesitar, ninguém vai esperar

Solitários rejeitados e esquecidos
A vida é inventada e descoberta
Eu não tenho as respostas
E também não sei se essas são
As perguntas certas

INSÔNIA
Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Meus olhos podem ver você, mas eles não enxergam
Perdido no relógio, um segundo que não quer passar
O travesseiro acorda e ri enquanto eu conto os dedos
E os cabelos que arranquei de tanto desejar

Dormir como uma pedra
Ter sonhos no chão

Eternamente ao som do mar azul e céu profundo
Morfeu deitou, adormeceu e esqueceu de mim
Metade do planeta no escuro abandona o dia
E eu aqui anoiteci querendo ser assim

Dormir como uma pedra
Ter sonhos no chão

No quarto as paredes em silêncio me observam
Jogado pelos cantos como os livros que eu já li
Será que eu devo levantar e dirigir sem rumo
Será que o sono chega se eu fingir que não estou aqui ?

Dormir como uma pedra
Ter sonhos no chão

MARIA ANTONIETA
Dinho Ouro-Preto / Alvin L

A Maria Antonieta tropical
Não entende grande coisa, mas não faz mal
Um carro novo e uma casa maior faz ela acreditar ser alguém melhor
Ela é só uma garota mimada
Com as roupas certas e as idéias eradas

Um grande e reluzente diamante
Faz seu coraçao parar por um instante
Miami é a terra prometida
Ter mais faz sentido à sua vida

Comprar, comprar
Até o sol apagar
Comprar, comprar
Vai gastar dinheiro até desmaiar

Ela quer ser eleita a mais bonita e popular
Nada de bebidas, nada de fumo
A sua droga favorita é mesmo o consumo
Ela olha em sua volta, mas não vê pobreza
Que os outros comam o que sobrar de sua mesa

Uma grande montanha de rubis
É o seu sonho, o que sempre quis
As lojas da cidade são sua terra prometida
Ter sempre mais dá sentido à sua vida

Comprar, comprar
Até o sol apagar
Comprar, comprar
Vai gastar dinheiro até desmaiar

A nossa princesa tropical dormiu e perdeu uma história vital
Talvez fosse bom lhe contar o fim
Da Maria Antonieta original
Da sorte é melhor não abusar
É bom manter a cabeça no lugar

Silicone, coluna social
Daria a sua vida para sair no jornal
Cinco estrelas, estar na TV
Ela se acha melhor do que você

Comprar, comprar
Até o sol apagar
Comprar, comprar
Vai gastar dinheiro até desmaiar

VENDETTA
Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Se olhe no espelho
Não é beleza, é só estupidez
Inferno são os outros
Mas um dia vai chegar a sua vez e ninguém vai te ajudar
Quando esta festa acabar
Quando a sua metáfora falhar e a piada for você
Conheço o seu veneno, é tão pequeno quanto o mal que fez
Futuro imperfeito
O que era certo não vai ser nem talvez

E ninguém vai te procurar
Quando for fácil te encontrar
Só os mendigos vão usar a mesma roupa que você

O que diz tem pernas curtas
Veja agora seu nariz crescer
Seu sorriso é maquiagem, é só um truque
E todo mundo vê

E ninguém vai te perdoar quando a notícia se espalhar
E quando menos se esperar
Ninguém mais lembra de você

SORTE
Flávio Lemos / Dinho Ouro-Preto / Alvin L

Eu preciso de sorte, já que eu tenho paciência
Trevos e dedos cruzados à enésima potência
Seria simples se os ventos soprassem ao meu favor
Não consegui o que eu quis
E tudo que fiz foi por amor

Não é que eu queira tudo
Não é que eu fiz por merecer
Eu preciso de sorte
Pra chegar até você

Eu preciso de sorte mesmo sem ter direito
Eu menti e disfarcei e continuo insatisfeito
Nada é tão errado
Eu sei o preço, mas não o valor
Fiz o que não devia
Mas tudo que fiz foi por amor

Não é que eu queira tudo
Não é que eu fiz por merecer
Eu preciso de sorte
Pra chegar até você

Seria simples se os ventos soprassem ao meu favor
Não consegui o que eu quis
E tudo que fiz foi por amor

Não é que eu queira tudo
Não é que eu fiz por merecer
Eu preciso de sorte
Pra chegar até você

GRATIDÃO
Dinho Ouro-Preto / Alvin L / Yves Passarell

Depois de tanto tempo, eu continuo de pé
Depois de tanto tempo, me voltou a fé
Que eu tinha perdido em mim
Eu sei que é difícil, não é tão simples assim
Eu não conseguia respirar
Parecia meu fim, eu ia me afogar...

Sozinho, eu não ia conseguir
Você mostrou o caminho por onde dava pra ir
Me ajudou a levantar depois de eu cair

Tem dias que parece conspiraçao
Portas se fecham e todos dizem não
E nada faz passar a dor de se sentir só
Só mais um perdedor

Sozinho, eu não ia conseguir
Você mostrou o caminho por onde dava pra ir
Me ajudou a levantar depois de eu cair

Às vezes acho que é perseguiçao
Não ter nada, vivendo em solidão
Por isso fiz essa cançao
Parece bobagem, mas é gratidão

Sozinho, eu não ia conseguir
Você mostrou o caminho por onde dava pra ir
Me ajudou a levantar depois de eu cair

/ FICHA TÉCBICA /

2004 - GIGANTE!

Gravadora: SonyBMG
Lançamento: Maio de 2004.
Produzido por: Marcelo Sussekind. Gravado por André "Kbelo" Sangiacomo no Estúdio Anonimato, São Paulo.
Mixado por: Marcelo Sussekind e André Kbelo.

/ CRÍTICA /

2004 - GIGANTE!
Por: Luiz Cesar Pimentel
CAPITAL INICIAL (GIGANTE!)
(Sony/BMG)

O rock bebe da fonte da juventude. O que era bom ontem torna-se descartável amanhã. E a ridicularização espreita cada esquina, de olho no relógio, a consolidação de carreiras.

Músicos, assim, dão graças por pular as armadilhas e chegar ao segundo disco. Digo isso porque diante desse quadro o Capital Inicial é a banda especialista, quase um Sun Tzu, na arte dessa guerra.

Mandamentos que conhece na raça, depois ter passado do céu ao inferno. Após ter sobrevivido à implosão de uma banda formada na adolescência por amigos e há cinco anos de coma, entre 1993 e 98. Após chegarem ao 11º disco - este Gigante - de uma carreira de mais de 20 anos, em que já transitaram entre os maiores, os maus, os feios e os malvados.

O céu a que me refiro é o de um conjunto que compôs as melhores músicas do rock dos anos 80 e que consegue dar à luz seus melhores discos 20 anos depois.

O inferno a que me refiro é o da interrupção dessa história no meio de sua trajetória. O purgatório de um recomeço do zero, no final dos anos 90. Mas esse retorno foi com o ótimo "Atrás dos Olhos" (1998), que no muque venceu o cabo-de-guerra do preconceito que vinha de carona em qualquer notícia de reunião de banda que fizera sucesso na década anterior.
A consolidação de uma nova fase com o "Acústico MTV" (2000), em que mataram um leão show após show para chegar à marca de sete dígitos de vendagem - na época, artistas só chegavam ao milhão em cópias vendidas com hiper-mega-hits, o Capital levou seis músicas tocando nas rádios, dois anos e mais de 300 shows pra alcançar o patamar.
A gravação de um trabalho melhor ainda sob o céu turbulento da perda de um dos integrantes originais da formação, o guitarrista Loro Jones, que desceu do palco do ginásio do Gigantinho, em Porto Alegre , em dezembro de 2001, para nunca mais subir.

A tutela do posto a Yves Passarell e o imediato "Rosas e Vinho Tinto" (2002), que veio como o retrato de uma banda segura do caminho que queria trilhar e, principalmente, conhecedora das pedras dessa estrada.
Mas, se por um lado, todas as conquistas pareciam ao público naturais à banda de rock brasileiro de maior procura nas lojas de disco, enxergando a situação pelo periscópio do quarteto a maré não era tão favorável assim.
Eram eles que viam do palco que o público - adolescentes em sua quase totalidade - tinha que ser conquistado música após música. Eram eles que tinham passado pela experiência de terem sido, 15 anos antes, uma das bandas de maior sucesso do país e terem atolado a carreira em areia movediça da qual não viam escapatória. Foram eles que arriscaram tudo o que haviam conquistado com confiança num trabalho novo, em músicas inéditas, e não em espremer a obra anterior e dilui-la em releituras do que um dia fora
sucesso.

"Vejo quase como se estivéssemos começando a nossa carreira. O Capital está tendo a oportunidade de reescrever sua história. É muito raro acontecer o
que aconteceu conosco. E é um privilégio viver de rock no Brasil", explica o vocalista Dinho Ouro Preto.

O recomeço desta vez atende pelo nome Gigante, e a responsabilidade da banda se renova a cada passo. Eles sabem que não têm muita margem de erro para trabalhar. Sabem que os olhos que os vigiam são menos tolerantes, por tudo aquilo que foi exposto anteriormente. E sabem, principalmente, fazer rock. Um rock que neste caso ousa ser cru, elementar - "sem teclados, sem percussão - só os quatro tocando... E muita guitarra!", resume Dinho.

Na verdade, não é preciso mais que esses pequenos detalhes para que qualquer pessoa que os conheça saiba do que se trata. Por quê? Porque o Capital Inicial é uma banda com estilo próprio. Ponto. A partir disso são necessárias poucas pistas para compor um panorama geral de um trabalho novo.

Pelo mesmo motivo, a riqueza da obra fica na dinâmica imposta no trabalho, particularidade em que os quatro - além de Dinho, os irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) e o guitarrista Yves Passarell - se especializaram nos mais recentes trabalhos, desde a volta da banda com a formação original, em 1998. Um leque de possibilidades concentrado neste Gigante que traz frescor, crocância de banda zero quilômetro num corpinho de 20 anos de estrada.

O pontapé inicial do disco é um acorde aberto de guitarra, seguido de um rufo de bateria que abre espaço para 10 minutos cravados de pancadaria (pode cronometrar). Tempo suficiente para três canções - recado curto e
direto que faz coro à letra da primeira música, Instinto Selvagem: "É preciso coragem pra recuperar seu instinto selvagem… / …Não importa quantos vão te escutar".

É o leque que começa a se abrir na música seguinte, Respirar Você, onde você não mais bate a cabeça, mas balança-a num rock suingado que ganha potência e volume no refrão.

Sem Cansar, primeiro single e que ganhou um clipe homenageando bacos e dionísios escolados na Terra do Sol Nascente, fecha a tríade pauleira inicial. E não é fácil ouvi-la sem imaginar uma multidão pulando num estádio, entoando o "lalalalalalalá" do refrão dessa versão de "C'Est Comme Ça", dos franceses do Les Rita Mitsouko.

O Capital dirige o holofote para outra possibilidade em Seus Olhos. Sobre uma de suas principais características - a condução melodiosa da música pelo vocal de Dinho - o grupo lamenta numa balada sombria o estrago causado pela ausência de uma mulher. Não Olhe pra Trás mantém a estrutura cadenciada da anterior, mas aqui ganha cores saturadas dos anos 1970, solo de guitarra em wah-wah para climatizar e peso no refrão: "São águas passadas / Escolha uma estrada / E
não olhe pra trás".

Gigante abre uma nova picada no caminho de Sexo e Drogas, rock para quem curte chimbau aberto e pé no retorno. E volta a priorizar a melodia em Perguntas sem Respostas. Linda, linda. Novamente a banda segue a direção melódica do vocal numa composição típica da parceria Dinho-Alvin L., que neste caso ganham o reforço de Yves. Uma música para se ouvir imaginando como seria legal se o Brasil possuísse a tradição dos singles, com a possibilidade de um registro diferente, mais nu, desplugado, nesta balada que reforça a característica da banda de compor em violão. "Se a música funciona no violão, ela funciona em qualquer formato", atesta Dinho.

Uma nova cor no arco-íris surge com Insônia quando, inesperadamente, uma batida eletrônica (fruto da mania do baterista Fê com o gênero: "Finalmente ele conseguiu incluir um drum 'n' bass", diverte-se Dinho) abre caminho para a canção mais intimista do álbum. São os quatro da banda caminhando por estradas próprias que se cruzam no refrão.

Maria Antonieta leva o carimbo da fase recente da banda, em que criam um personagem e narram sua trajetória (quase sempre) errante. Neste caso, embalados num rock ensolarado e sempre em crescente, os dardos são lançados na direção da menina que batiza a canção e de seu mundo roedor de shopping-center.

Vendetta e Sorte, tangenciando os três minutos cada, são duas pancadas de esfolar as baquetas de Fê Lemos.

O disco termina com uma balada-ode de Gratidão ao amor e ao amparo. Pouco mais de 40 minutos que compõem mais um retrato na prateleira de uma família com duas décadas de história, para a qual maturidade é sinônimo de progresso. Enquanto nos errantes anos iniciais o Capital provou ser uma banda de excelentes músicas e discos irregulares, neste novo período os discos ganharam consistência como obras e o trabalho ficou muito melhor acabado. "Atrás dos Olhos", "Rosas e Vinho Tinto" e, principalmente, este Gigante não me deixam mentir.